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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amiga Imaginária



Amiga Imaginária

 

Apareceu na minha vida há muito tempo atrás,
 eu devia ter uns três anos.

Ela era uma grande companheira, tudo que eu gostava ela também gostava, tudo que eu queria fazer ela também queria.

Fomos ficando inseparáveis, era de manhã, a tarde e a noite, a qualquer hora em qualquer momento ela chegava.

Tinha invariavelmente um sorriso nos lábios e não havia algo que eu pensasse que ela também não pensasse, que ela não compartilhasse comigo.

Aí, fomos ficando além de companheiras, grandes amigas, daquelas que contam todo tipo de segredos sem medo, com 
a maior certeza que jamais serão traídas.

Me lembro de algumas vezes que fiz algumas coisas erradas e ela soube me ajudar a esconder da minha mãe.

Houve dias que eu não queria escovar os dentes antes de dormir, mas quando minha mãe perguntava se eu havia escovado eu respondia que sim e aí íamos as duas pra cama e por debaixo do lençol ríamos muito.

Houve também uma vez que tirei uma nota ruim na escola
 e escondi o boletim, ninguém soube daquela nota, só ela.

Sempre conversávamos muito e ela me dava conselhos, dizia que eu deveria estudar mais e eu sempre aceitava 
o que ela dizia.

Quando eu estava triste ela também se fazia presente, chorávamos juntas até o rosto inchar e depois íamos brincar.

Um certo dia minha tia querida morreu, sofri muito e ela como sempre sofreu comigo, me fez companhia na dor.
Quando eu ia ao dentista era terrível, eu só ia porque 
ela sempre estava junto e não largava da minha mão.

Mais tarde comecei a perceber que minha irmã queria ficar amiga dela também, engraçado, ninguém ligava pra ela, mas minha irmã começou a gostar dela.

Eu tive ciúmes, tive medo de perdê-la, mas no fundo 
eu sabia que ela gostava mesmo era de mim.

O tempo foi passando, foram aparecendo boas amigas 
no colégio  e eu fui gostando muito delas.

Aos poucos ela começou a deixar de vir alguns dias, 
algumas noites também , eu nem sabia o porquê...

Cada dia que passava ela vinha menos e o incrível é que 
eu não sentia a falta que achava que fosse sentir caso 
ela se ausentasse de mim.

Até que um dia ela não apareceu mais, não sei ao certo 
que dia foi esse, não me lembro, na verdade nem percebi quando ela deixou de vir.

Hoje eu entendo a razão pela qual ela não veio mais. 
Ela era tão minha amiga, me amava tanto que cedeu
 o seu espaço para as amigas reais.

- Silvana Duboc –

 

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